domingo, 24 de abril de 2011

Páscoa

Para entender o significado da Páscoa atualmente deve primeiramente voltar ao tempo para entender a Páscoa judaica. Esta já é a primeira verdade: não existe uma única Páscoa e a dos judeus existe antes mesmo de Jesus ter nascido.

A Páscoa judaica era uma festa que os hebreus faziam para comemorar a boa colheita, as novas safras da primavera. Não se entendia bem porque de uma hora para outra a colheita poderia ser boa ou não, as estações do ano eram vistas como coisas de deuses. Eles matavam um animal, um cordeiro, para oferecer a esses deuses para que eles não atrapalhassem a colheita. Sabe o que me veio a mente: o trecho da música: cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós, cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo, dai-vos a paz. Por que cordeiro de Deus e não só Deus? É só um pensamento, não estou afirmando nada. Esse cordeiro era morto e todos comiam de sua carne, o que é nosso atual churrasquinho. O que se conclui é que coincide com o sentido de Páscoa ser libertação, ressurreição, vida nova, afinal uma boa safra era fundamental para uma boa qualidade de vida.

Jesus obviamente não era cristão, ele era judeu e participava do ritual da Páscoa judaica. E sobre o origem do nome e do ritual esse trecho explica: " Páscoa (Pessach) - significa "passar por cima", fazendo menção ao anjo destruidor que "passou por cima" das casas dos hebreus buscando pelos primogênitos dos filhos do Egito.(Ex 12:23)" http://burgarellando.blogspot.com/2011/04/verdade-sobre-pascoa.html

A ceia da Páscoa que Jesus realizou era judaica também, com o cordeiro e tudo. Quando Jesus na ceia diz: " Tomai, comei, isto é o meu corpo. Bebei dele todos; Porque isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados" ele faz referência não é a ele, mas ao alimento que seria ofertado aos deuses hebreus já mencionados. Jesus não se achava um Deus, tanto que acreditava em outros.

A quaresma não é cristã também, tanto que se inicia na quarta feira de cinzas e depois do carnaval (depois escreverei um texto comentando melhor sobre isso). Leiam agora esse trecho retirado do mesmo site acima:
Segundo a lenda, o pequeno Tamuz havia sido morto por um porco selvagem, e por 40 dias Semíramis e as suas sacerdotizas choraram e jejuaram até que por fim Ele veio a ressuscitar.
Para celebrar esse renascimento criou-se um festival que tem por calendário o equinócio da Primavera. Esse festival comemorativo da ressurreição de Tamuz (deus pagão) era arrematado com a troca de ovos coloridos, que simbolizavam a vida a partir da morte. O coelho (que era considerado um animal imundo segundo o livro de Lv 11:5) foi associado ao festival como simbolo de fertilidade.
Tanto o ovo como o coelho tem uma conotação sexual, algo totalmente estranho ao real significado da celebração da páscoa judaíca e cristã."

O coelho é um dos animais que tem grande fertilização, ele se reproduz com bastante facilidade. Os ratos também são assim, mas ninguém gostaria de comer ovos de ratinhos, o coelhinho seria de maior aceitação. Ovos também dão origem a vida. Comer ovo seria alimentar-se de vida.

Engraçado que nunca nos questionamos sobre o porquê realizamos certos rituais. Aceitamos que temos que comer chocolate porque é gostoso e pronto. Já a história do chocolate é comercial, afinal é uma boa desculpa para vender um produto que é saboroso e de boa aceitação. Ovos de galinha são baratos e não são tão gostosos.

O que se conclui é que: Páscoa significa libertação, vida nova com fartura. Porém, é só isso, não tem nada sagrado atualmente. Quanto à ressurreição de Cristo, ela é a que tudo indica simbólica. Ela é um símbolo de renovação.

Bom, apesar de tudo, ganhei um ovo de Páscoa, comi, adorei!